terça-feira, 14 de março de 2017

A escola na literatura infantil



A escola é um cenário constante nas narrativas infantis, por razões evidentes. É um espaço onde as crianças passam grande parte de seu tempo e que, junto com o ambiente doméstico, abriga muitas aventuras literárias. As narrativas escolares chegaram inclusive a constituir um gênero específico na Inglaterra do século XIX, com histórias ambientadas em internatos. Mas mesmo quando a escola não aparece como palco essencial da trama, é comum que o escritor projete uma imagem dela. Ao omiti-la, por exemplo – como o faz Monteiro Lobato nas aventuras de Narizinho e Pedrinho, sempre passadas em férias no campo –, o autor opõe os espaços de liberdade e imaginação à instituição escolar.

Coletei aqui algumas obras infantis e juvenis que apresentam reflexões sobre a escola, de maneira problematizada e literária, e que, em seu conjunto, levam o leitor a pensar criticamente seu lugar nessa instituição da qual ele é forçado a participar. Entre as caracterizações cômicas de Astrid Lindgren ou Sempé-Goscinny e a crítica mais amarga de C. S. Lewis, encontramos a ternura bastante pessoal de Bartolomeu Campos de Queirós. É apenas uma pequena amostra em face da onipresença do tema na literatura infantil e juvenil.

Além dos autores e obras que listamos abaixo, lembramos de passagem da literatura quadrinizada, que com Schulz e Quino também exploram maravilhosamente a relação das crianças com a escola.




Nas próximas semanas, falarei um pouco sobre como a escola aparece na obra de alguns autores escolhidos da literatura ocidental, entre eles um brasileiro. Inseri os nomes das obras em português, tal qual foram traduzidas no Brasil. As datas de publicação se referem às primeiras edições nos países de origem:

1) C. S. Lewis – As Crônicas de Nárnia (Reino Unido, 1950-1956. Tradução brasileira por Paulo Mendes Campos, ed. Martins Fontes.)
2) Sempé/ Goscinny – O pequeno Nicolau (França, 1956-1964. Tradução brasileira por Luis Lorenzo Rivera, ed. Martins Fontes.)
3) Clement Freud – Grimble (Reino Unido, 1968. Tradução brasileira por Antonio de Macedo Soares, ed. Pequena Zahar.)
4) Astrid Lindgren – Pippi Meialonga (Suécia, 1969. Tradução brasileira por Maria de Macedo, ed. Cia das Letrinhas.)  
5) Yolanda Reyes – O terror do 6º B e outras histórias (Colômbia, 1995. Tradução brasileira por André de Oliveira Lima, ed. FTD.)
6) Bartolomeu Campos de Queirós – Ler, escrever e fazer conta de cabeça (Brasil, 1996, ed. Global)

Começaremos com C. S. Lewis. Aguardem!

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